Voltei depois de muito tempo mas, hoje é o aniversário de 148 anos da minha cidade querida, Campina Grande - PB. E para homenageá-la, eu trouxe pra vocês a historia de Campina Grande, a sua origem, a formação da cidade, enfim, tudo sobre CG. Espero que gostem! É grandinho o texto mas, vale a pena ler até o final.
Avenida Floriano Peixoto entre 1910 e 1920. |
A história da urbanização da cidade de Campina Grande tem um forte vínculo com suas atividades comerciais desde os primórdios até os dias atuais. Primeiramente a cidade foi lugar de repouso para tropeiros, em seguida se formou uma feira de gado e uma grande feira geral (grande destaque no Nordeste). Posteriormente, a cidade deu um grande salto de desenvolvimento devido à cultura do algodão, quando Campina Grande chegou a ser a segundo maior produtora de algodão do mundo. Atualmente, a cidade tem grande destaque no setor de informática e desenvolvimento de softwares. Abaixo, seguem-se as etapas da urbanização da cidade de Campina Grande, passando pelos estados de aldeia, povoamento, vila e cidade.
Fundação
Praça da Bandeira no início do Século XX. |
Normalmente a origem de
Campina Grande é creditada à ocupação pelos índios Ariús na aldeia de Campina
Grande, liderados por Teodósio de Oliveira Lêdo, Capitão-mor do Sertão brasileiro "Sertão", em 1º de
dezembro de 1697. O Capitão-mor fez a consolidação do povoado e
seu desenvolvimento, integrando o sertão com o litoral, levando em consideração que o posicionamento
geográfico de Campina Grande é privilegiado, sendo passagem dos viajantes do
oeste para o litoral paraibano.
Os Oliveira Lêdo
A história do surgimento de Campina Grande, assim como de várias cidades do interior paraibano, foi trilhada a partir dos
feitos da famíliados
"Oliveira Lêdo", portugueses que residiam na região da Bahia próxima ao Rio São Francisco,
que hoje integra o estado de Sergipe,
e que partiram de lá, em 1664,
para explorar uma sesmaria que
lhe havia sido concedida ao longo do Rio Paraíba.
Monumento da Praça Clementino Procópio
Feito em homenagem
a Teodósio de Oliveira Lêdo |
Dos quatro "Oliveira
Lêdo", a princípio apenas Teodósio não participava dosdesbravamentos
junto com seu irmão, pai e tio, continuando a ser criador de gado
na Bahia.
Antônio Oliveira Lêdo era desbravador das terras da Capitania da Paraíba,
ainda ocupadas por indígenas, que eram chamados de "gentios". Antônio foi o primeiro capitão-mor da Infantaria de Ordenanças a Pé do
Sertão da Paraíba. Junto com Custódio, seu irmão, e Constantino, seu filho, atravessaram várias regiões da
Paraíba, encontrando os índios e fundando povoações, até chegarem na Serra da Borborema.
Nesse tempo, Teodósio de Oliveira
Lêdo recebeu convite de seu irmão, Constantino, para trazer gado e
mais gente para a Paraíba. Assim, Teodósio trouxe várias espécies de gado e gente de confiança, capaz de criar o gado e
lutar contra os índios. Depois de
alguns anos, Antônio de Oliveira Lêdo morreu, e foi Constantino que assumiu o
seu lugar de Capitão-mor, segundo a Lei.
Depois da morte de Constantino, Teodósio foi nomeado Capitão-mor das Fronteiras
das Piranhas, Cariri e Piancó em 1694.
Explorando a sesmaria, Teodósio lutou contra os índios Tapuias, estendendo seus limites até o Rio Piranhas, fundando um povoado.
Aldeiamento pelos índios Ariús
Depois de algum tempo, Teodósio
foi chamado pelo Governador-Geral D. João de Lencastre para falar com o Governador
Provincial. Em sua viagem até à Capital, onde deveria falar com o Governador Pronvincial, Teodósio de
Oliveira Lêdo levava
consigo um grupo de índios Ariús, povo indígina descendente dos Tapuias. Os Ariús foram
"domesticados" por Teodósio, sendo seus aliados.
Indígenas Tapuias dançando. Os índios Ariús são descendentes dos Tapuias. |
No dia 1 de janeiro do
ano seguinte, o Capitão-mor Teodósio volta ao Rio Piranhas novamente,
com a munição e soldados para lutar contra os índios. Nesse momento, a povoação
às margens do Rio Piranhas já era chamada de Bom Sucesso, que mais tarde virou
cidade com o mesmo nome: Bom Sucesso -PB. Usando tudo o que recebera do Governador,
conseguiu reconquistar as terras o Sertão.
Os Ariús formaram a primeira rua do lugar, com casas de taipa,
nas proximidades do Riacho das
Piabas. Mais tarde a rua foi chamada de Rua
do Oriente, que hoje é a rua Vila
Nova da Rainha. A economia do povoado era sustentada pela feira das
Barrocas, por onde passavam vários boiadeiros e tropeiros.
Barrocas, por onde passavam vários boiadeiros e tropeiros.
Surgimento da vila
No fim do século XVIII, a Coroa pretendia criar novas Vilas na província. Nesta época, a província da Paraíba era
sujeita à dePernambuco, cujo governador era
D. Tomás José de Melo. Em 1787,
o ouvidor da
província da Paraíba, Antônio F. Soares, pediu ao governador de Pernambuco a
criação de três Vilas na capitania.
Prédio que funcionava a primeira cadeia deCampina Grande, atual Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande. |
Assim, em abril de 1790,
Campina Grande foi escolhida pelo Ouvidor Brederodes para se tornar Vila,
devido à suas terras cultivadas produzirem mais riquezas e principalmente
devido à sua melhor localização, estando entre a capital no litoral e o sertão.
No dia 6 de abril, Campina Grande passou a ser
chamada oficialmente de Vila
Nova da Rainha, em homenagem à Rainha Dona Maria I.
Apesar da mudança de nome, os habitantes locais continuaram a chamar o lugar de
Campina Grande, e somente em textos oficiais e formais o nome Vila Nova da Rainha era utilizado.
Em 1871,
chegam em Campina Grande os primeiros imigrantes: árabes, ingleses, italianos, americanos, turcos, alemães, franceses, indianos e
principalmente os dinamarqueses.
Participação em revoluções
Bandeira de Campina Grande. |
Em 1817, tem início a Revolução
Pernambucana e a Vila Nova da Rainha
participou com Padre Virgínio Campêlo e Padre Golçalves Ouriques, que não
lutaram com armas, mas participaram com falas e como padres. Com a derrota do
movimento, foram presos por 3 anos na Bahia. Sete anos depois, em 1824, a Vila Nova da Rainha participou da Confederação
do Equador, dando auxílio com a "hospedagem" de
presos trazidos do Ceará, dentre eles Frei Caneca, que ficou preso onde hoje existe o Museu Histórico e Geográfico de
Campina Grande. Em 1848, a Vila também tem participação na Revolução
Praieira. A participação de Campina Grande nessas três
revoluções foi representada na Bandeira de Campina Grande na forma de três espadas.
A cidade
Em 11 de
outubro de 1864, de acordo com a Lei Provincial nº 137, Campina
Grande se eleva à categoria de Cidade. Neste momento, a Paraíba tinha dezesseis vilas e mais seis cidades: Parahyba (atual João Pessoa), Mamanguape, Areia, Souza e Pombal.
No ano de 1864 foi construído um prédio onde se faria o mercado. Este lugar
teve vários nomes, dentre os quais: "Largo do Comércio Novo",
"Praça da Uruguaiana", "Praça das Gameleiras", "Praça
da Independência" e, por fim, "Praça Epitácio Pessoa". Em 1870 uma lei (Lei Provincial n.º 381) proibia que se
fizesse banhos ou lavagem de roupas e de animais no Açude
Novo, assim como ficou proibido vaquejadas nas ruas
da cidade.
Rua Maciel Pinheiro em 1960: prédios usam arquitetura Art déco. |
Rua Maciel Pinheiro em 2005: prédios históricos c onservados hoje usados como lojas. |
Revolta de Quebra-Quilos
Em 1874,
foi deflagrada a insurreição dos Quebra-Quilos, liderada por João Vieira (João
Carga d'Água). Descendo a serra de Bodopitá, João Vieira e os demais revoltos
invadiram a feira da cidade, quebrando as medidas (caixas de um e cinco litros)
que eram concedidas pelo município aos feirantes e jogaram os pesos no Açude Velho. A revolta foi tão generalizada,
que não somente se alongou para outras cidades do Brejo e do Cariri,
como também extrapolou as fronteiras do estado, chegando a Pernambuco e
até Alagoas.
Antigo Paço Municipal, que foi demolido em1942, deixando o espaço usado hoje como estacionamento da Catedral. |
Depois de algum tempo os revoltosos já se encontravam em bom número e armados. Eram liderados por Manoel de Barros Souza, conhecido como Neco de Barros, e também por Alexandre de Viveiros. Um dos objetivos de Alexandre de Viveiros era se livrar das provas de crime que lhe denunciava, daí, juntos, Manoel de Barros e Alexandre de Viveiros, invadiram a cadeia da cidade e libertaram todos os presidiários (que incluiam o pai de Manoel) e tocaram fogo nos cartórios e no arquivo municipal. Demais de alguns meses, a revolta de Quebra-Quilos foi impedida pelas forças policiais. Alexandre de Viveiros foi preso, mas João Carga d'Água ficou desaparecido.
Gostaram? Espero que sim, foi um pouco grande mas valeu a pena saber mais um pouco sobre a história de Campina Grande, não é mesmo?!
Fonte de texto e anexos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Campina_Grande
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